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SUA EDIFICAÇÃO ESTÁ PROTEGIDO CONTRA RAIOS?

É bom se preparar, pois a tendência é que, nos próximos anos, o Estado de São Paulo enfrente maior incidência de relâmpagos e trovoadas. Foi o que constataram pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em projeção que identificou uma mudança no padrão climático que influencia a incidência de raios.

O artigo, publicado na revista American Journal of Climate Change, apresenta uma metodologia para a projeção de raios no Estado de São Paulo até 2048.

De acordo com o estudo, espera-se um aumento considerável, de pelo menos 80%, na ocorrência acima da média de relâmpagos.

COMO SABER SE SUA EDIFICAÇÃO ESTÁ PROTEGIDO

A norma da ABNT NBR 5419/2015 estabelece os requisitos para análise de risco em uma estrutura devido às descargas atmosféricas para a terra.

Nessa parte da norma avalia o risco de falhas em equipamentos eletrônicos, perdas financeiras, riscos de vida, índice de incidência de raios na região entre outros, ou seja, é feito um cálculo para avaliar a obrigatoriedade, logo se seu prédio não possui um SPDA, obrigatoriamente deverá possuir essa metodologia de avaliação no local com uma ART (anotação de responsabilidade técnica) assinado por um engenheiro eletricista.

A Analise de risco é obrigatória em projetos de adequação ou instalação do sistema de SPDA, em edificações antigas os laudos semestrais e anuais através de inspeções e testes ira assegurar a funcionalidade do sistema.

ATUALIZAÇÃO DA NORMA NBR 5419

Pensando em manter os edifícios brasileiros mais protegidos de descargas elétricas, a norma que rege o assunto, NBR 5419 foi atualizada em 2015.

Com essas novidades, veio também a necessidade de se fazer uma vistoria visual do equipamento a cada seis meses – antes, a manutenção preventiva do sistema era efetuada anualmente.

Houve alteração também no número de descidas que conduzem a energia elétrica para as áreas mais baixas da edificação. Até 2015, essas linhas de descida deveriam estar a cada vinte metros. Agora, essa distância foi diminuída para quinze metros, para prédios residenciais.

Com o upgrade da norma, os condomínios agora também devem instalar DPS (Dispositivo Protetor de Surto) em todos os quadros elétricos de suas áreas comuns.

RISCOS DO MAU FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE SPDA

Não contar com um SPDA que esteja de acordo com a norma pode sair muito mais caro para o condomínio do que o valor da vistoria semestral. Veja abaixo algumas situações que podem ocorrer no seu condomínio caso o equipamento não esteja funcionando corretamente e a edificação sofra uma descarga atmosférica:

Risco de morte / choques: Existe a possibilidade de que um morador ou funcionário seja atingido por um raio, caso esteja na cobertura e o local não conte com o aterramento adequado. Também há a possibilidade de pessoas tomarem choques enquanto manejam eletrônicos ligados na tomada, como secadores de cabelo e celulares carregando na tomada.

Queima de equipamentos: tanto do condomínio (placa do elevador, portões elétricos, CFTV), quanto dentro das unidades (eletrônicos e eletrodomésticos ligados na tomada no momento da descarga).

Seguro inválido: a seguradora pode se negar a pagar a indenização ao condomínio caso fique comprovado que o SPDA estava fora dos parâmetros legais. O condomínio pode, porém, entrar com ação na Justiça, para que um perito judicial avalie o equipamento.

Danos a estrutura da edificação: sem um isolamento correto, um raio poderia romper, com uma explosão, a alvenaria do prédio, derrubando uma parte da estrutura.

Importante salientar que o síndico pode ser responsabilizado civil e criminalmente caso fique comprovada sua negligência em executar a manutenção correta dos equipamentos do condomínio e que venham a causar prejuízo à coletividade.

MANUTENÇÃO

Depois de instalado, o para-raios deve ser checado semestralmente, sendo vistoriado por empresa especializada em medição ôhmica (resistência de aterramento) para verificação das condições gerais do sistema. Através da medição ôhmica, o técnico avalia se a descarga está ocorrendo corretamente. Veja outros pontos importantes:

A vistoria avalia as condições das hastes, se estão esticadas ou não, e se os isoladores estão bem fixados à estrutura.

O mastro do para-raio possui a luz piloto, que identifica a altura do prédio. Ela precisa de manutenção, a lâmpada pode queimar.

A caixa d’água também precisa estar aterrada, pois pode atrair raios.

Quando é feito o trabalho de manutenção, faz-se também uma limpeza no cabeamento e nos captores. Troca de captores só em casos isolados, como de quebra.

Após a incidência direta de uma descarga atmosférica na estrutura o sistema deverá ser verificado após a chuva passar, independentemente do tempo da última revisão

FONTES

O artigo Climatic Projections of Lightning in Southeastern Brazil Using CMIP5 Models in RCP’s Scenarios 4.5 and 8.5 (doi: http://dx.doi.org/ 10.4236/ajcc.2017.63027), de Ana Paula Paes dos Santos, Osmar Pinto Júnior, Sérgio Rodrigo Quadros dos Santos, Francisco José Lopes de Lima, Everaldo Barreiros de Souza, André Arruda Rodrigues de Morais, Eldo E. Ávila, Analía Pedernera, pode ser lido em American Journal of Climate Change em www.scirp.org/Journal/PaperInformation.aspx?PaperID=78877.

O artigo Climatic diagnostics associated with anomalous lightning incidence during the summer 2012/2013 in Southeast Brazil (doi: http://dx.doi.org/ 10.1002/joc.5227), de Ana Paula Paes dos Santos, Caio A. S. Coelho, Osmar Pinto Júnior, Sérgio Rodrigo Quadros dos Santos, Francisco José Lopes de Lima, Everaldo Barreiros de Souza, pode ser lido em http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/joc.5227/full.

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